quinta-feira, 28 de maio de 2009

Podem querer. Mas não!


Eu mando em mim

Bem ou mal é um desejo

Deixem ou não ninguém põe fim

Ao que sinto e ao que vejo

Podia até estar preso

Sem sair do lugar

O pensamento ninguém muda

Daí sou livre a pensar

Escolhas que eu faço

Escolhas que são do meu ser

Posso andar sem compasso

Isso me ensina a viver

Deixem viver quem vive

Porque somos todos iguais

Pensamento que sempre tive

Descobertas naturais

Sempre estive muito atento

Aos direitos e ao dever

Ainda estais muito a tempo

De vos conseguirdes desprender



joni ledo

A vida por vós inventada

O mundo obscuro

Disperso no horizonte

Não prevejo bom futuro

Há quem diga e a quem conte

Dizem o que acontece

Acontece e acontecerá

Coisa que me entristece

Quem o fez não o fará

Só bruxos e feiticeiros

Adivinham o impossível

A furtar são os primeiros

Não pode ser admissível

O meu futuro?

Construo eu

Bom ou mau, estou inseguro

Vives um sonho sem ser teu

Por favor!

Não se deixem enganar

Por quem promete amor.

Quem não o tem não o pode dar

Felizes os que vivem

Sua própria identidade

São o que fazem e o que dizem

Vivem com maturidade

Todos temos boas coisas

Alegrai-vos e segui em frente

Vive as coisas que são tuas

Deixa mentir quem mente.



joni ledo

Os brilhos transmontanos

Douradas de brilho verde incandescendo estão as montanhas reanimadas após um tenebroso e sombrio Inverno, contradizendo os comuns dos mortais, alcançando os vestidos mais acolhedores quando chega a Primavera, despindo-se destes no Inverno demonstrando uma capacidade que nenhum de nos consegue ter, libertar algo quando mais se precisa dele, não dando vida a uma imensa mancha apenas para satisfação do olhar, como faz a mãe de todas as mais, a natureza. As árvores iluminam e vestem as montanhas, e entre estas corre um rio com uma intensa corrente de água cristalina, a esconder-se por entre as rochas cada vez mais despidas da força do líquido transparente. Paralelamente a estas doces lágrimas transmontanas correndo Tua abaixo, está uma linha-férrea cheia de história, como sendo uma das mil maneiras de datar e caracterizar este povo que superou ao longo de tanto tempo que parece tão curto, todas as nebulosas que pairaram entre vales e montanhas. Todos os sacrifícios espelham bem o quão grande é a alma desta gente, que tantas histórias conta sobre o que se passa por trás destes montes muitas vezes esquecidos pela imensidão dos mortais, que vêem nos aglomerados enormes de população a fuga para alguns males, mas não o bem de todos os bens, a acalmia da natureza vibrante de diversos sons, sempre com algo a nos dizer e sempre preparada para nos ouvir. Não nos critica, nem nos reprime, repugna ou insulta, apenas ouve tudo o que nos temos para afirmar, sendo a melhor ouvinte dos nossos desabafos imaturos por vezes cheios de razão, outras vezes, apenas pelo vasto role de inocência e ignorância do ser Humano degradado pelo mal que paira no ar, a inveja que nos palpita no coração, o ódio que nos consome e a raiva provocada por aqueles que menos nos favorecem, possivelmente os mais idênticos a nós, que vêem na destruição do bem mais precioso uma satisfação sem igual. Pois, o bem natural também tem o poder de servir para afogar culpas de alguém que não se pode culpar, certeza se tenha da capacidade de perdão existente neste bem valoroso que nos devemos preservar e não destruir por pequenas birras, guerrilhas, malvadez ou interesses económicas, porque o chão que pisamos e o ar que respiramos e bem mais importante que todos esses valores mundanos que vão e vêem.



joni ledo